Artigo da Semana: Galaxy Note 7

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Sobre a notícia: “Agora é crime levar um Galaxy Note 7 dentro de um avião nos EUA” (http://exame.abril.com.br/tecnologia/agora-e-crime-levar-um-galaxy-note-7-dentro-de-um-aviao-nos-eua/)

“…entrar com aparelho em um avião nos Estados Unidos se tornou crime federal. Ser pego com essa “smart-bomba” é arriscar uma multa de até US$ 179.933 (ou mais de R$ 570 mil).”

Considero minha formação na segurança empresarial / governamental após o Exército na segurança da aviação civil e aeroportuária, por isso me identifiquei muito com essa reportagem e a comento sobre esse aspecto e a decisão do Governo Americano que defendo neste artigo.

Vamos imaginar a seguinte situação, você está no avião e um celular explode. A partir daí temos algumas possibilidades como:

  1. Terrorismo
  2. O aparelho em si
  3. Outras, mas vamos focar nessas duas opções.

Se for um ato terrorista, nosso trabalho no chão foi falho, ponto final. Temos que rever conceitos, entender o que aconteceu, qual a criatividade usada pelos terroristas e outras perguntas mais que precisam ser respondidas. Trago o caso do Richard Reid como exemplo, que é conhecido como o SHOE BOMBER (homem bomba do sapato – tradução livre), ele é um britânico que realizou uma tentativa de explosão em um voo da American Airlines indo de Paris para Miami em Dezembro de 2001. Tentou acender os explosivos que escondia em sua sola de sapato. Felizmente não foi bem sucedido, pois tinha molhado seus pés em algumas poças d’água pelo caminho e foi detido pelos próprios passageiros quando identificaram sua ação. Fim da história: o que salvou a vida dos passageiros e as ações da American Airlines foram as poças e a reação de alguns passageiros.

Nesta semana me perguntaram qual a diferença entre um celular explodir e uma bomba real, pois são duas magnitudes diferentes, vamos comentar um pouco isso.

Explosões geram um deslocamento de ar, é o que acontece em filmes quando os atores e objetos voam por causa das explosões, e é essa a nossa preocupação dentro dos aviões. Essa explosão pode gerar um deslocamento de ar que altere a relação entre pressão interna e externa do avião, assim abrindo uma fenda na fuselagem até o mesmo necessitar um pouso forçado ou até cair. Imagine uma fenda minimamente necessária na fuselagem a 1000 KM/h e alguns Kilômetros de distância do chão, essa fenda provavelmente começa a se expandir as pessoas e objetos começam a ser sugados para fora do avião e os filmes que conhecemos fazem as possíveis possibilidades do resultado disso.

Se isso aconteceria com o Galay Note7? Não sei dizer, pois não temos acesso as informações e dados das explosões do aparelho. Particularmente e sem dados técnicos, acredito que não chegaria a tal impacto, mas acredito que o piloto decidiria pousar no aeroporto mais próximo, criaria um impacto psicológico negativo na tripulação e passageiros além de geram uma repercussão negativa na mídia, o que nenhuma empresa gostaria de trabalhar nesta possibilidade.

Espero ter ajudado!

Nada está tão bom que não possa melhorar

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FABIO TOMASPOLSKI – Brasileiro, naturalizado israelense, Comandante de Esquadrão na Reserva do Exército de Israel, Unidade de Engenharia de Combate. Especialista formado em segurança aeroportuária, aviação civil e segurança de dignitários pelo Serviço de Segurança de Israel (ISA). Atuou como Consultor do “Novo Projeto de Proteção do Presidente Panamenho” (Ricardo Martinelli) e construiu do projeto de segurança da família Krempl na Eslováquia. No Brasil, atua como consultor e gestor de projetos de segurança pessoal, patrimonial, inteligência, prevenção de perdas e compliance na “A Merkavah”. Tem como grande destaque criação e idealização do projeto de Prevenção de Perdas e Segurança de canteiros de obras da Tecnisa S.A., incluindo o Jardim das Perdizes.

Contato: fabio@amerkavah.com

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