Artigo: Gerente x Executivo de Segurança

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2019

Antes das Olimpíadas participei do Congresso de Segurança na Indústria proporcionado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o assunto muito bem abordado pelo palestrante Salvador Dahan, Diretor de Segurança e Compliance na Gerdau, foi a nova realidade imposta sobre os Gerentes de Segurança com a seguinte pergunta:  É preciso que os Gerentes de Segurança sejam profissionais de segurança ou podemos operar com executivos que compreendam o negócios com uma excelente equipe de segurança operacional?

Cada vez mais são exigidos profissionais com vivência corporativa, pois o entendimento das empresas sobre o departamento de segurança vem se fortificando a cada ano e os profissionais comparados aos demais. O budget (orçamento) de segurança é posto à prova frente aos das outras áreas de apoio onde “ganha” a que tiver o melhor ROI. Participação na entrega do produto final faz parte integral e está no objetivo do departamento. Estes fatos exigem um executivo e compreensão de negócios a altura!

Algumas empresas entendem o departamento de segurança como uma área de apoio necessária e que traz retorno financeiro. Para que isso ocorra, é necessária a maximização deste entendimento a nível corporativo, abrangendo os demais departamentos para que a entrega do produto final seja feita da melhor forma possível. O executivo responsável por essa abrangência e entrega obrigatoriamente precisa de um conhecimento do negócio, conceito e estratégia, o que possibilita seu percentual de conhecimento operacional mais baixo ou até mesmo delegável.

Podemos compreender esta mudança nos últimos anos, analisando as diferenças nas especificações e exigências feitas pelas empresas nas contratações de novos executivos de segurança. São exigidos anos de experiência no ramo de atuação da empresa como o fator com mais valor/peso na decisão final e não necessariamente uma base tão sólida em segurança. Criar musculatura empresarial hoje é mais relevante frente ao conhecimento militar ou governamental, que muitas vezes são a base para todo esse conhecimento em segurança. Por exemplo, um sargento com 5 anos de vivência empresarial pode ser escolhido em vez de um capitão que acaba de sair de seu serviço militar e ambos concorrem para a mesma vaga.

A decisão de ser um profissional de segurança acaba sendo secundária de um certo ponto de vista, podendo iniciar o pensamento ao revés. ”Quero trabalhar em uma multinacional de TI na área de segurança”. O caminho a ser trilhado por esta pessoa pode ser se formar como profissional de Engenharia, Administração e com cursos em segurança. Este profissional terá mais chances de ser um diretor no futuro seguindo a postura das empresas que vêm mudando.

Felizmente esta realidade está no Brasil: competir com Executivos de RH, Prevenção de Perdas e outros é uma honra para os profissionais de segurança que vem mostrando seu trabalho e seu poder de entrega. Temos que nos adaptar a essa transformação que já está entre nós há alguns anos, integrando e auxiliando nos processos e mudanças cada vez mais.

Nada está tão bom que não possa melhorar!

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FABIO TOMASPOLSKI – Brasileiro, naturalizado israelense, Comandante de Esquadrão na Reserva do Exército de Israel, Unidade de Engenharia de Combate. Especialista formado em segurança aeroportuária, aviação civil e segurança de dignitários pelo Serviço de Segurança de Israel (ISA). Atuou como Consultor do “Novo Projeto de Proteção do Presidente Panamenho” (Ricardo Martinelli) e construiu do projeto de segurança da família Krempl na Eslováquia. No Brasil, atua como consultor e gestor de projetos de segurança pessoal, patrimonial, inteligência, prevenção de perdas e compliance na “A Merkavah”. Tem como grande destaque criação e idealização do projeto de Prevenção de Perdas e Segurança de canteiros de obras da Tecnisa S.A., incluindo o Jardim das Perdizes.

Contato: fabio@amerkavah.com

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